O João é desde que nasceu o "piscoso" dos pais! Agora que a mãe está desempregada, tem muito tempo para brincar com ele e fazer muitas atividades... E agora temos mais um "piscoso" conhecido entre nós por "tartaruguinha" Miguel!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Sobre isto do dia Europeu sem carros...

Uma pessoa vai logo pela manhã no carro e ouve no rádio: "Dia Europeu sem carros, porque não deixa o carro em casa e vai hoje de transportes públicos?"
Porquê? Porquê?!?! (É aqui que a minha veia resmungona e irónica começa a gritar e saltar dentro de mim!)
Vejamos por onde começar!...
Eu utilizo o carro todos os dias da semana para ir levar e buscar o filho mais velho (João, 4 anos) ao Jardim de Infância e comigo tenho de levar sempre o filho mais novo (Miguel, 6 meses) porque não há ninguém em casa para ficar com ele (a ma~e está desempregada e virou doméstica mas o pai trabalha todo o dia, alguém tem de o fazer na família!).
Para sair de casa (seja para onde for) isto implica dois filhos (um dos quais não anda, nem sequer se põe de pé no chão!) e os respetivos sacos e malas cujo volume depende da quantidade de tempo que vamos estar fora, mas que passam muitas vezes por mala da mãe, mochila da escola (ou com uma muda de roupa ou com um lanche) do João, mochila com muda de roupa e fraldas e afins do Miguel, saco com comida para o Miguel (biberão, leite, termo de água, possivelmente termo com sopa e fruta...). Pouca coisa, portanto! (Excluí aqui o fator chuva, resguardos e chapéus de chuva).
Mesmo quando nos aventuramos a arranjar isto tudo de forma mais ou menos compacta e conseguimos pôr tudo debaixo do carrinho da Miguel e numa mochila às costas da mãe e nos arriscamos a sair assim de casa em direção aos transportes públicos... Começa a aventura das acessibilidades!
Não, não me estou a queixar só porque sim! Eu já o fiz mais do que uma vez e é mesmo uma aventura! (Deixemos de fora as ruas e os edifícios, falemos apenas e só nos ditos transportes!). E para não pensarem que estou a divagar, falemos num exemplo concreto pelo qual passei em Julho! Queria eu chegar à Avenida da Liberdade para depois (a pé, não vamos ser exigentes e querer ficar mesmo à porta) chegar ao edifício onde o João tinha uma consulta, autocarros diretos não há (registando-se desde já que para entrar num é preciso galgar um ou dois degraus megalómanos!) tínhamos então disponíveis o metro e o comboio (excelente, opção de escolha!).
Estudei então as possibilidades! De comboio é mais perto de casa mas mais longe do destino! Além disso, apesar de todas as estações terem acessibilidades para o carrinho de bebé, entrar no comboio (em hora de ponta matutina, quando os adultos correm e não veem nada à frente), subindo um ou dois degraus megalómanos, com o João pela mão e o Miguel (e a tralha) no carrinho não é propriamente fácil!
De metro há o problema das escadarias... Fui à Internet e estudei as estações, a de origem tinha elevador e se saí-se no Marquês de Pombal (uma estação antes do desejado) também há indicação de elevador! Muito bem em teoria, mas na prática não resultou porque o elevador estava avariado! Obrigada ao senhor polícia que me ajudou com o carrinho e com o João (que com 4 anos não sobe sozinho aquelas escadarias todas- estamos a falar de 3 lances de escadas de 10 a 15 degraus cada).
Adiante, vamos imaginar que eu sou a super mulher e que saio bem de casa com os dois filhos, as malas e mochilas e o carrinho e que subo e desço bem escadas e degraus megalómanos para todo o lado e mais algum! O meu filho não anda no Jardim de Infância Público da sua área de residência porque não havia vaga, por aqui há muitas crianças e poucas vagas, só entram os meninos de 5 anos! (Salvaguardar aqui o facto de que eu adorar a escola do João e estar muito agradecida a este sistema que não funciona, por me ter permitido inscrevê-lo por lá, onde é muito bem tratado e tem excelente oportunidades de aprendizagem e brincadeira!).
Adiante... Para ir de transportes públicos levar e buscar o meu filhote, teria de apanhar o autocarro às 8h20 da manhã, chegava 20 minutos depois e era só esperar 20 minutos até o rapaz entrar na escola. 11 minutos depois teria um autocarro para regressar a casa! Perfeito!
O problema está no ir buscar! Teria de apanhar o autocarro às 12h20, chegava 20 minutos depois e teria de esperar até às 15h, hora a que o João sai da escola (relembro que tenho um filhote de 6 meses que me acompanha)! Depois era só esperar pelas 17h10 para apanhar o autocarro de volta a casa! Fácil!
Porque será que eu não ando todos os dias de transportes públicos para ir levar e buscar o meu filho à escola!?!? Porque não preciso, o meu filho estuda mesmo ao pé de casa e vou a pé! Ou talvez porque sou riquinha, mimada e comodista, além de não me ralar nada de nada com o ambiente!

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