Quem nos conhece sabe que é nosso desejo ter mais filhos... Bem, na realidade, dada a nossa situação laboral, o tamanho da casa e o estado do país, estamos neste momento a pensar apenas e só em ter mais um filho!
Um passo de cada vez... Ou não! Porque quem nos conhece, também sabe que eu tenho um pai gémeo, uma avó gémea e mais uns quantos casos de gémeos nas anteriores gerações da família... Por isso, a probabilidade é pequena mas real, de em vez de um serem dois... E aí a matemática ainda se complicava mais! Muito mais!
Mas esta mensagem tem vindo a nascer na minha cabeça a propósito da tal Comissão que vai estudar não sei o quê dos incentivos à natalidade em Portugal...
Tenho andado para aqui a pensar com os meus botões que medidas poderiam os nossos governos tomar para nos ajudar a tomar esta decisão de forma menos preocupada e mais célere... Atenção que eu não acho que tenha de ser o governo a pagar e sustentar os nossos filhos! Mas certamente que nos últimos anos tudo está mais caro e há cada vez menos ajudas...
Vejamos... A questão do EMPREGO coloca-se aqui, está claro, como uma questão central!Cá em casa os dois adultos têm alternado nos últimos anos (desde que nos licenciámos em 2004 e 2005 respectivamente) momentos de emprego e desemprego, estando um ou outro a trabalhar de cada vez ou até já estivemos, muitos meses, os dois ao mesmo tempo desempregados! Temos nos safado com alguma agilidade orçamental, poupando nos períodos de emprego para os períodos de desemprego e tal, sem grandes luxos e gastos, lá nos temos aguentado! Com esta instabilidade até parece é uma loucura pensar noutro filho! Qual o papel do estado nesta questão? Pois, não sei bem! Mas certamente que as actuais políticas não têm ajudado ninguém a encontrar e manter empregos! Seria importante que pelo menos um de nós tivesse sempre emprego (partindo do princípio que ganha pelo menos um pouco mais que o ordenado mínimo, porque tem de chegar para sustentar a casa!).
E as escolas e berçários? Com estes orçamentos cá de casa está completamente fora de questão pagar escolas, jardins de infância ou berçários! Simplesmente não há dinheiro! O João tem tido a sorte de mais ou menos ter um dos pais disponível para ficar com ele em casa e, quando assim não acontece, tem havido a possibilidade de ficar em casa da avó (obrigada pela ajuda!)... Eu pessoalmente nem me importo de ficar em casa até eles terem 3 anos de idade de ir para o Jardim de Infância público, se hei-de andar por aí a ensinar os filhos dos outros, posso muito bem ficar em casa a educar os meus! (Também dava jeito um subsídio de maternidade, ou lá como se chama! Os desempregados que já não estão a receber subsídio têm direito a maternidade? E que tal esse subsídio durar bem mais do que 5 meses?) Berçários públicos é coisa de que não tenho por estas bandas, pelo que não há grandes alternativas! E mesmo com 3 anos já feitos também não há garantias de entrada para o Jardim de Infância público da zona, que tem vagas muito limitadas e dá, com toda a lógica, prioridade de entrada aos mais velhos! Pois aqui está uma área em que o governo pode actuar! PRECISAMOS DE BERÇÁRIOS; JARDINS DE INFÂNCIA e ESCOLAS PÚBLICAS! Mas atenção, não precisamos de edifícios para despejar as crianças, precisamos de uma escola pública de qualidade, com bons profissionais e com um sistema educativo que realmente funcione, ensine e eduque! Que nos dê confiança (a nós pais) e que ajude (os nossos filhos e o país) a terem um bom futuro!
INCENTIVOS FINANCEIROS! Como já disse não pretendo que seja o estado a sustentar a minha família! Mas uma ajuda, real, seria certamente bem vinda! Pode até nem ser em dinheiro, ou ser em dinheiro que obrigatoriamente tenha de ser comprovadamente gasto com os filhos em bens realmente necessários... E aqui também é muito relativo, porque aquilo que as crianças hoje em dia precisam é incrível: fraldas, leites, iogurtes, cadeiras para o carro, roupa, produtos de higiene, brinquedos... (obrigada a toda a família que nos tem ajudado emprestando as coisas dos primos) E sim, também acho que às vezes há coisas de mais, mas também temos de reconhecer que os tempos mudaram e há um mínimo que queremos dar aos nossos filhos ( e se não dermos, corremos o risco de ter a Segurança Social a bater-nos à porta porque os meninos não tomam banho todos os dias!)... Há também a boa ajuda que o estado pode dar através das escolas (que no meu tempo de juventude davam e que agora é quase nada): REFEIÇÕES, LIVROS, CADERNOS, MATERIAL ESCOLAR NO GERAL E TRANSPORTES...
SAÚDE! Quer dizer, ninguém nos pode dar propriamente saúde, mas cuidados de saúde precisam-se! Falo quase de barriga cheia! Cá por casa temos médica de família que nos tem atendido sempre que necessário (as consultas de rotina só levam aí uns dois ou 3 meses de espera) e vivemos relativamente perto de um hospital público que (embora de muito má fama) tem dado sempre de forma mais ou menos rápida uma boa assistência urgente ao João (que graças a Deus é uma criança saudável)... Mas faltam muitos outros pormenores! Há muitos medicamentos que têm de ser pagos, os óculos (por exemplo) tiveram de ser pagos e até muitos produtos de cuidado diário e higiene têm de ser pagos e podiam não ser!
De repente agora não me lembro de mais nada! Mas já ficaram aqui algumas ideias! Óbvias? Sim, provavelmente! Mas ao que parece só o são para quem vive o seu pequeno dia-a-dia... Porque as cabeças brilhantes que tomam decisões neste país nada disto têm feito, pelo contrário... Vêem! Não é assim tão difícil! É só pensar um bocadinho e agilizar... basicamente fazer o contrário do que têm feito! Se fizerem tudo ao contrário a natalidade em vez de descer, sobe!
E nós? O que fazemos nos entretantos!? Deixamo-nos estar há espera de melhores dias e dos tas incentivos? Ou lançamo-nos à aventura!?!?!?!?
